Ependimoma é um câncer cerebral infantil que leva esse nome porque surge da epêndima, membrana que reveste os ventrículos cerebrais e o canal central da medula espinhal, e atinge o tecido do sistema nervoso central.
É um dos tipos mais agressivos em crianças e quase sempre fatal até os cinco anos de idade. A boa notícia é que pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto Butantan descobriram uma nova droga, muito eficaz no tratamento da doença.
Testes em laboratório mostraram que um anticancerígeno, produzido com glândulas salivares do carrapato-estrela, é eficaz no tratamento do ependimoma. As propriedades dessa proteína já haviam sido testadas e comprovadas contra outros tumores agressivos, como o de pâncreas e o melanoma.
Sabendo disso, os pesquisadores resolveram investigar a sua eficácia também para esse câncer, que representa 10% dos tumores infantis do sistema nervoso central e até 30% dos cerebrais em crianças com até três anos. Em casos críticos, o tratamento é cirúrgico, combinado com radioterapia e quimioterapia. Mas a cirurgia pode deixar sequelas e não cura o paciente.
Nos casos menos avançados, são utilizados medicamentos que inibem a viabilidade das células tumorais em cerca de 30%. Com os testes em laboratório da nova droga, esse número sobe para 70%.
Agora, os pesquisadores aguardam investimentos para fazer testes em humanos e, assim, comprovar de vez a eficácia do tratamento, permitindo a produção de uma nova e promissora droga contra o ependimoma.