
Após três anos de evento on-line, o Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês) aconteceu presencialmente, em Chicago.
A edição de 2023 trouxe quatro boas notícias para o tratamento de alguns tipos de câncer.
1ª: terapia-alvo amplia sobrevivência de pacientes com câncer de pulmão – pesquisadores do Yale Cancer Center, nos EUA, conseguiram demonstrar que o medicamento osimertinibe é capaz de ampliar a sobrevida de pacientes que fizeram cirurgia de retirada do tumor, reduzindo para a metade o risco de morte, em comparação ao placebo. O medicamento evita que células cancerosas microscópicas voltem a crescer.
2ª: terapia-alvo para glioma posterga a necessidade de quimioterapia – o câncer que atinge as células glia, primordiais para o funcionamento e a proteção do sistema nervoso central, não tinha novidades em seu tratamento há anos. Agora, pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, nos EUA, mostraram que o vorasidenibe reduz em 61% o risco de progressão da doença ou de morte, além de adiar o uso de quimioterapia e radioterapia para controlar a proliferação das células cancerosas no cérebro.
3ª: mais de um caminho para a cura de câncer retal – cientistas do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (EUA) mostraram duas estratégias terapêuticas diferentes que proporcionam alta taxa de sobrevida e até cura. Para isso, alguns voluntários com o tumor em estágio avançado, mas sem metástase, fizeram sessões de quimioterapia e radioterapia, enquanto outros foram submetidos apenas à quimio. Ao final de cinco anos, 80% dos participantes de ambos os grupos estavam vivos e livres da doença.
4ª: linfoma de Hodgkin ganha nova combinação de tratamentos – nos estágios mais avançados, é tratado combinando sessões de quimioterapia com o medicamento brentuximabe vedotina. Especialistas do City of Hope Medical Center (EUA) substituíram o fármaco padrão pelo nivolumabe, um imunoterápico. Os dados preliminares revelam que 94% dos pacientes que receberam nivolumabe + químio seguiam vivos dentro de 12 meses, enquanto a taxa entre os que utilizaram brentuximabe vedotina + químio ficou em 86%. Além disso, a tolerância aos efeitos colaterais foi maior com o imunoterápico.